sexta-feira, 17 de março de 2006

Aceitar uma dádiva...

Já alguns dias que ouvia alguém dizer “cada um com os seus problemas”. Ontem esse mesmo alguém referiu “com os problemas dos outros posso eu bem” e entristeci-me muito. Entristeci-me porque se essa pessoa me tivesse pedido ajuda, eu teria oferecido a minha ajuda dando-lhe também parte da minha amizade. Entristeci‑me porque muito facilmente teria sarado o seu desespero e ela já não se sentiria sozinha. Mas deve ser mais fácil zangarmo-nos com o mundo e com a vida… do que acreditar que há alguém que está disposto a amar sem razão aparente.



Hoje consegui perceber a perspectiva de Deus quando ele se entristece com o facto de nós não acreditarmos Nele e que Ele nos ama. Muitas vezes vivemos a vida como se nós próprios fossemos a única solução para os nossos problemas… quanto orgulho!! Contudo, é mais fácil acreditarmos que estamos sozinhos no mundo vivendo em desespero, do que acreditar que existe alguém que nos ama e que nos pode ajudar em todas as situações porque é omnipotente.



Se acreditamos em tantas coisas que não são propriamente verdade porque é que é tão difícil aceitar a possibilidade da dádiva? Será que já ninguém acredita que ainda existe algo que possa ser de graça?

3 comentários:

Unknown disse...

Olá!
Tá interessante, o teu post. Não percebi muito a primeira parte, mas isso é normal, porque não estou a par da situação. Houve só uma coisa que disseste que me deixou dúvidas: "se essa pessoa me tivesse pedido ajuda". Quando não sabemos que alguém está com um problema, concordo que só se a pessoa pedir é que devemos/podemos ajudar. Mas se, pelo contrário, sabemos de antemão que essa pessoa está com problemas, se temos conhecimento desse facto, então não devemos estar à espera que essa pessoa peça. Como cristãos, devemos tomar a iniciativa de ajudar, antes mesmo da pessoa pedir, tal como Deus fez, enviando Jesus por nós antes de nós nos arrependermos e correndo o risco de não nos arrepndermos e rejeitarmos a sua dádiva.

Belinha disse...

Escrevi isso com o sentido dela não estar sozinha apesar de não ser capaz de o perceber. Não se trata de uma necessidade concreta. "Pedir" aqui é no sentido de tomar consciência que não se está só...

Quando se parte do pressuposto que ninguém nos ajudará é como se estivessemos sós e tivessemos que resolver todos os nossos problemas sozinhos... aí surge o desespero e neste caso acaba por se ver todas as outras pessoas como "inimigos".

Naquele momento entristeci-me porque nem sequer me foi dada a chance. É como se me tivessem julgado á partida de uma coisa que eu sei que não iria acontecer...

Fez-me pensar na perspectiva do amor de Deus e na recusa/dificuldade em aceitar a sua existência... é como se preferissemos ficar sós quando temos alguém que se preocupa connosco de graça... :)

Unknown disse...

Percebo:) Sendo assim,faz mais sentido o que disseste.
Bj